Nem tenho palavras para o que me vai no coração....
...sinto apenas o peso das palavras.
Mil e uma noites
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
LUA
"-Falas com a Lua?-olhando fixamente para ela.
-Sim...muitas vezes até...
-Falas com a Lua....subiste muito na minha consideração..."
-Sim...muitas vezes até...
-Falas com a Lua....subiste muito na minha consideração..."
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Elemento
Se sou vento
caio, flutuo
brisa ou ventania
abrando ...poiso
levanto
empurro sem regra,
espalho a tristeza e alegria.
Se sou raio de sol
alcanço
desço forte
em direcção á terra
aqueço
espalho luz
brilho...danço,
guio como um farol...
Se sou agua brinco
por entre veredas,não espero por nada
vou ter a qualquer lugar
escorro,
pingo...
molho qualquer caminhada
faço parte de tudo.
Torno-me onda no mar.
Se sou terra
alimento raízes
fica em mim o rasto
dos passantes que querem ser felizes
Se sou elemento
sou dominante ,sou capaz
sou mistura daquilo que a natureza traz.
caio, flutuo
brisa ou ventania
abrando ...poiso
levanto
empurro sem regra,
espalho a tristeza e alegria.
Se sou raio de sol
alcanço
desço forte
em direcção á terra
aqueço
espalho luz
brilho...danço,
guio como um farol...
Se sou agua brinco
por entre veredas,não espero por nada
vou ter a qualquer lugar
escorro,
pingo...
molho qualquer caminhada
faço parte de tudo.
Torno-me onda no mar.
Se sou terra
alimento raízes
fica em mim o rasto
dos passantes que querem ser felizes
Se sou elemento
sou dominante ,sou capaz
sou mistura daquilo que a natureza traz.
domingo, 7 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Tempestade
Grita...grita tão alto quanto os seus pulmões conseguem aguentar...de braços abertos,de mãos abertas.
Aisha está perigosamente á beira do precipício,sempre naquela posição,acabando um grito e começando outro logo de seguida.
Está de costas para mim...não me vê na escuridão.
Há muito tempo que estou aqui...este é também o meu precepicio desde o tempo que sou criança.
Estava aqui escondido quando a vi chegar a correr,quase lhe gritei quando a vi chegar a correr e parar subitamente no último pedaço de rocha.
Senti que começou a tempestade dentro dela minutos antes da tempestade verdadeira se apoderar da terra,chovia tanto,tovejava ainda mais,e raios iluminavam aquela figura magra e pequena...de braços abertos,talvez á espera que um raio lhe caísse em cima....
Tinha de me revelar e ir buscá-la...acolhe-la...não tinha medo de tempestades,pelos vistos ela também não,mas o meu coração começava a recear por ela.
Na minha alma comecei a perguntar-me porquê...e o meu coração acelarou com mais um estrondo de um trovão.
Estava fascinado...completamente encharcada,mas as suas vestes e cabelos movimentavam-se ao sabor do vendaval...como se ela própria também fosse ...outra força da natureza.
Queria aquela mulher...já a tinha tido...mas nunca a senti minha...nunca a quis minha.
Subitamente ela ajoelhou-se...e parou,a tempestade dentro dela parou.
Aisha deitou-se no chão,deixando-se enlamear...molhar,parecia ela também uma rocha.
Era louca esta mulher!
Levantei-me determinado e fui buscá-la...ia regatear,já estava a ver...mas não podia deixá-la ali assim.
Ao meu primeiro toque ,ela olhou-me e nem uma palavra,nem um movimento,deixou-me pegá-la e carrega-la para o meu abrigo.
Tirei -lhe as roupas e envolvia no meu cobertor de pêlo.Acomodou-se como uma gata,partilhou a minha almofada sem uma reclamação,o cabelo estava a secar,e eu estava surpreendido,o cabelo liso estava cheio de suaves ondas e era a única coisa que parecia ter vida naquela pessoa...tirando os grandes olhos côr de ambar...abri a boca para lhe dizer que era linda,mas com um simples toque do polegar nos meus lábios,ela calou-me.
Foi ela quem falou.-Agora estou limpa...-olhou-me dentro dos olhos,dentro da alma,pela primeira vez sorriu-me,e de seguida adormeceu.
A tempestade continuou até ao amenhecer,e aos primeiros raios de sol,abandonei-a no agora ,nosso abrigo.
Reparei quando me ia embora que no lugar onde ela estivera deitada,havia agora um um pequeno monte de malmequeres,voltados para o sol,alimentando-se daquela luz...caminhei até lá,estava a ver bem ,arranquei um da terra...eram reais!
Nunca o esquecerei....
Ainda tenho essa flor guardada,no meio das páginas de um dos meus livros.
Aisha está perigosamente á beira do precipício,sempre naquela posição,acabando um grito e começando outro logo de seguida.
Está de costas para mim...não me vê na escuridão.
Há muito tempo que estou aqui...este é também o meu precepicio desde o tempo que sou criança.
Estava aqui escondido quando a vi chegar a correr,quase lhe gritei quando a vi chegar a correr e parar subitamente no último pedaço de rocha.
Senti que começou a tempestade dentro dela minutos antes da tempestade verdadeira se apoderar da terra,chovia tanto,tovejava ainda mais,e raios iluminavam aquela figura magra e pequena...de braços abertos,talvez á espera que um raio lhe caísse em cima....
Tinha de me revelar e ir buscá-la...acolhe-la...não tinha medo de tempestades,pelos vistos ela também não,mas o meu coração começava a recear por ela.
Na minha alma comecei a perguntar-me porquê...e o meu coração acelarou com mais um estrondo de um trovão.
Estava fascinado...completamente encharcada,mas as suas vestes e cabelos movimentavam-se ao sabor do vendaval...como se ela própria também fosse ...outra força da natureza.
Queria aquela mulher...já a tinha tido...mas nunca a senti minha...nunca a quis minha.
Subitamente ela ajoelhou-se...e parou,a tempestade dentro dela parou.
Aisha deitou-se no chão,deixando-se enlamear...molhar,parecia ela também uma rocha.
Era louca esta mulher!
Levantei-me determinado e fui buscá-la...ia regatear,já estava a ver...mas não podia deixá-la ali assim.
Ao meu primeiro toque ,ela olhou-me e nem uma palavra,nem um movimento,deixou-me pegá-la e carrega-la para o meu abrigo.
Tirei -lhe as roupas e envolvia no meu cobertor de pêlo.Acomodou-se como uma gata,partilhou a minha almofada sem uma reclamação,o cabelo estava a secar,e eu estava surpreendido,o cabelo liso estava cheio de suaves ondas e era a única coisa que parecia ter vida naquela pessoa...tirando os grandes olhos côr de ambar...abri a boca para lhe dizer que era linda,mas com um simples toque do polegar nos meus lábios,ela calou-me.
Foi ela quem falou.-Agora estou limpa...-olhou-me dentro dos olhos,dentro da alma,pela primeira vez sorriu-me,e de seguida adormeceu.
A tempestade continuou até ao amenhecer,e aos primeiros raios de sol,abandonei-a no agora ,nosso abrigo.
Reparei quando me ia embora que no lugar onde ela estivera deitada,havia agora um um pequeno monte de malmequeres,voltados para o sol,alimentando-se daquela luz...caminhei até lá,estava a ver bem ,arranquei um da terra...eram reais!
Nunca o esquecerei....
Ainda tenho essa flor guardada,no meio das páginas de um dos meus livros.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Pega,
e olha para esta linha do coração
diz-me que é aqui que está a solução.
Olha -me na alma
diz-me que sou dourada
que o vazio passará daqui a nada.
Abraça-me ...aquece-me
Dá-me uma razão.
Abre a minha mão ....
abre a minha verdade
nesta linha
tenue e fina
que se chama vontade...
Ajuda-me a chorar ...a libertar
a falar.
Não sei se estou aqui
por baixo deste vazio
perdida nas situações
por baixo tem de haver algo
por baixo dos mil perdões...
das bastantes acusações
tenho a mão estendida para dar
Aberta para veres, por onde vou andar
Dá-me força para caminhar
renova-me.
E abraça-me .
e olha para esta linha do coração
diz-me que é aqui que está a solução.
Olha -me na alma
diz-me que sou dourada
que o vazio passará daqui a nada.
Abraça-me ...aquece-me
Dá-me uma razão.
Abre a minha mão ....
abre a minha verdade
nesta linha
tenue e fina
que se chama vontade...
Ajuda-me a chorar ...a libertar
a falar.
Não sei se estou aqui
por baixo deste vazio
perdida nas situações
por baixo tem de haver algo
por baixo dos mil perdões...
das bastantes acusações
tenho a mão estendida para dar
Aberta para veres, por onde vou andar
Dá-me força para caminhar
renova-me.
E abraça-me .
sábado, 23 de outubro de 2010
Preparada
Olho-me no espelho...Admiro a moldura,grande ...decorada,dourada...admiro-a,perco-me na sua ostentação dourada...misturada com as decorações requintadas em cobre ,quadrados repetidos,intercalados por outros azuis mar.
Lembro-me do mar e olho instintivamente para a janela,mas está escuro e só é possível, escutá-lo.A rebentação forte a despedaçar-se de encontro as rochas,o som entra-me no coração e fecho os olhos.
Memórias de criança querem invadir-me...memórias alegres,memórias de noites em que as histórias eram substituídas pelo silêncio,e nós...eu e a minha irmã, ficávamos num silencio confortável embaladas pelas canções das ondas.Até dormirmos...
Mas este mar,lembra-me que estou longe...muito longe do sitio onde nasci.
Sinto a saudade e fecho os olhos,quero que as memórias se percam novamente na alma,agora fazem-me sofrer.
-Aisha...-acordo das memórias,a voz da rapariga é suave-o Rei manda dizer para estares preparada.
-Eu já estou preparada...-repito ainda de olhos fechados... repito a frase mais duas vezes dentro da minha cabeça,só depois abro os olhos.
Olho novamente para o espelho e só agora me olho...desde que me preparei que ainda não me tinha olhado,sabia que estava ali...mas não me centrei no reflexo,ignorando-o.Sabendo que ia ter de olhar.
Se antes era só uma mancha vermelha na minha alienação,agora via-me perfeitamente.
Via perfeitamente aquela mulher...vestida de vermelho ..-a saia de mil véus que me roçavam os pés,decorada com com mil medalhas douradas junto á cintura,formando um contorno que me salientava as ancas,surpreendi-me porque estava muito magra,mas as minhas ancas tinham ganho contornos inesperados e provocantes até.
A parte de cima deixava-me o umbigo á mostra,e só os meu seios estavam tapados,com um pano completamente forrado de medalhas,embora o toque na pele fosse suave,devido ao tecido por baixo.Os braços tinham ambos pulseiras largas douradas,com mais medalhas.e de lá saiam finos veús que desciam pelos braços até aos pulsos...onde se prendiam delicadamente novamente em pulseiras e medalhas.
Olhei-me de frente,nos olhos do meu reflexo e fiquei espantada...
Aquela mulher não era eu!!!!
Os olhos maquilhados por uma outra escrava como eu estavam grandes amendoados,olhasse eu para onde olhasse e parecia sensual,pareciam que queriam algo...fiz vários movimentos para o comprovar.Os cabelos castanhos escuros até á cintura estavam imaculadamente certinhos com pequenas ondas que desciam pelos ombros..adornados por correntes fininhas que me haviam prendido enquanto me penteavam, por ganchos,de lá pendia uma jóia âmbar que me caia a meio da testa.Era exactamente da mesma cor dos meus olhos...aproximei-me para ver melhor,e as medalhas do meu traje ali colocadas fizeram barulho.Lembrei-me que eram para isso que elas serviam,para adornar e dar som ao movimento.
Não resisti ...fechei os olhos novamente,e dancei em movimentos lentos para ouvir o som das minhas ,lembrei-me que também as tinha num dos meus pés descalços,e a dança tornou-se mais requintada.
Não estive a dançar muito tempo...achava que não,mas parei quando ouvi a voz dele.A voz do Rei daquele povo ...
-És o presente mais excitante que algum dia alguém me ofereceu...-não era preciso abrir os olhos para imaginar,mas olhei-o reflectido no espelho atrás de mim.O azul do olhar brilhava perigosamente,e havia um esforço corporal para não me tocar.
Deixei cair os braços que tinham ficado presos no movimento da dança e o som das medalhinhas irritou-me.
Nem o tinha sentido entrar...
Ele rodou em direcção á porta-Anda!-era uma ordem,e eu segui-o,sempre a fazer um barulho...
Quantas medalhas tinha aquela fatiota?!Percebia agora que nenhuma mulher vestida assim podia passar despercebida em lado nenhum,devia ser esse o propósito com certeza!
Ele olhou para trás e sorriu-me...
Eu senti medo do olhar dele....
Lembro-me do mar e olho instintivamente para a janela,mas está escuro e só é possível, escutá-lo.A rebentação forte a despedaçar-se de encontro as rochas,o som entra-me no coração e fecho os olhos.
Memórias de criança querem invadir-me...memórias alegres,memórias de noites em que as histórias eram substituídas pelo silêncio,e nós...eu e a minha irmã, ficávamos num silencio confortável embaladas pelas canções das ondas.Até dormirmos...
Mas este mar,lembra-me que estou longe...muito longe do sitio onde nasci.
Sinto a saudade e fecho os olhos,quero que as memórias se percam novamente na alma,agora fazem-me sofrer.
-Aisha...-acordo das memórias,a voz da rapariga é suave-o Rei manda dizer para estares preparada.
-Eu já estou preparada...-repito ainda de olhos fechados... repito a frase mais duas vezes dentro da minha cabeça,só depois abro os olhos.
Olho novamente para o espelho e só agora me olho...desde que me preparei que ainda não me tinha olhado,sabia que estava ali...mas não me centrei no reflexo,ignorando-o.Sabendo que ia ter de olhar.
Se antes era só uma mancha vermelha na minha alienação,agora via-me perfeitamente.
Via perfeitamente aquela mulher...vestida de vermelho ..-a saia de mil véus que me roçavam os pés,decorada com com mil medalhas douradas junto á cintura,formando um contorno que me salientava as ancas,surpreendi-me porque estava muito magra,mas as minhas ancas tinham ganho contornos inesperados e provocantes até.
A parte de cima deixava-me o umbigo á mostra,e só os meu seios estavam tapados,com um pano completamente forrado de medalhas,embora o toque na pele fosse suave,devido ao tecido por baixo.Os braços tinham ambos pulseiras largas douradas,com mais medalhas.e de lá saiam finos veús que desciam pelos braços até aos pulsos...onde se prendiam delicadamente novamente em pulseiras e medalhas.
Olhei-me de frente,nos olhos do meu reflexo e fiquei espantada...
Aquela mulher não era eu!!!!
Os olhos maquilhados por uma outra escrava como eu estavam grandes amendoados,olhasse eu para onde olhasse e parecia sensual,pareciam que queriam algo...fiz vários movimentos para o comprovar.Os cabelos castanhos escuros até á cintura estavam imaculadamente certinhos com pequenas ondas que desciam pelos ombros..adornados por correntes fininhas que me haviam prendido enquanto me penteavam, por ganchos,de lá pendia uma jóia âmbar que me caia a meio da testa.Era exactamente da mesma cor dos meus olhos...aproximei-me para ver melhor,e as medalhas do meu traje ali colocadas fizeram barulho.Lembrei-me que eram para isso que elas serviam,para adornar e dar som ao movimento.
Não resisti ...fechei os olhos novamente,e dancei em movimentos lentos para ouvir o som das minhas ,lembrei-me que também as tinha num dos meus pés descalços,e a dança tornou-se mais requintada.
Não estive a dançar muito tempo...achava que não,mas parei quando ouvi a voz dele.A voz do Rei daquele povo ...
-És o presente mais excitante que algum dia alguém me ofereceu...-não era preciso abrir os olhos para imaginar,mas olhei-o reflectido no espelho atrás de mim.O azul do olhar brilhava perigosamente,e havia um esforço corporal para não me tocar.
Deixei cair os braços que tinham ficado presos no movimento da dança e o som das medalhinhas irritou-me.
Nem o tinha sentido entrar...
Ele rodou em direcção á porta-Anda!-era uma ordem,e eu segui-o,sempre a fazer um barulho...
Quantas medalhas tinha aquela fatiota?!Percebia agora que nenhuma mulher vestida assim podia passar despercebida em lado nenhum,devia ser esse o propósito com certeza!
Ele olhou para trás e sorriu-me...
Eu senti medo do olhar dele....
sábado, 16 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Tenho/Preciso/Quero
Tenho de ser forte.
Tenho de respirar para viver e não só sobreviver.
Sei que tenho de ter forças para as coisas acontecerem.
Acreditar em mim,mais um bocado... um bocadinho mais.
Lutar(não gosto desta palavra...)
Conquistar.(gosto mais)
Preciso de Luz nos meus dias.E cabeça livre do caos.
Ou que o Universo .... ou Deus... something.
Quero,quero,quero...mesmo que trema como estou a tremer,e o meu corpo continue a acusar cansaço.
Precisa de momentos de felicidade....a minha Alma aguenta-se.
Força ...és tão volátil...
Tenho de respirar para viver e não só sobreviver.
Sei que tenho de ter forças para as coisas acontecerem.
Acreditar em mim,mais um bocado... um bocadinho mais.
Lutar(não gosto desta palavra...)
Conquistar.(gosto mais)
Preciso de Luz nos meus dias.E cabeça livre do caos.
Ou que o Universo .... ou Deus... something.
Quero,quero,quero...mesmo que trema como estou a tremer,e o meu corpo continue a acusar cansaço.
Precisa de momentos de felicidade....a minha Alma aguenta-se.
Força ...és tão volátil...
sábado, 9 de outubro de 2010
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