quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Queria ser

Queria ser
estrela cadente que cai-se nas tuas mãos
para realizar o teu desejo
alimentar o teu coração.
Confessar-te os meus desejos
de achar como ia ser se não te iluminasse o caminho.
e sussurrar-te com carinho
que sou luz....
que és sol no meu universo.
abraçar-te radiosa....
e mostrar-te que o amor não é cruz.

Queria ser tempestade ,de chuva intensa,
que molhasse a tua alma...
que poisasse  nas tuas pestanas ,encharcasse o teu corpo
e  te libertasse na frescura da água imensa
Com raios que te abalassem o coração
que ele batesse por esta natureza... tão perto de ti
E sempre te sorri.

depois do trovejar vem sempre a calma.

Ser
a nuvem que encostas a cabeça
Branca e suave....
Onde a cada passagem por entre o sol te estimule a imaginação
e vejas formas diferentes ...
Cada vez mais airosas....nesta nuvem que te dá orientação
Que confesses ...
Que ames....
Como eu....em várias frentes...
Eu dou a mão.

Queria ser...mas não sou
E como fio de água ...
lá vou...
Escorrendo na terra do destino
Procurando um rio sem mágoa.

domingo, 26 de setembro de 2010

Respostas fáceis

O que faço eu contigo?
Que faço eu,sem ser mais uma vez abrir a porta,ou deitar-me  na minha cama contigo ao meu lado.
Que faço eu?
Pergunto-me... mesmo sabendo dentro de mim a resposta.
Que está no meu destino,nas minhas mãos e na minha voz....
O destino mandou-me mandar aquela mensagem.
As mãos agarram-te.... e puxam-te para dentro do meu mundo.
E a voz...a voz cobardemente não sai...não fala e não diz.
O que tem de dizer.
O que tem de ser...
Temos de acabar.
Tenho de acabar esta história de amantes...tenho de acabar esta história de tratados,de regras, de imposições...restrita na  liberdade de gostar.
Presa no amar.
Nada é simples se não for livre...Nada é livre se tiver medo da realidade.
Desarmada fico....tentando não mudar as tuas opiniões,tentando simplesmente não te mudar.
Imposseste as tuas regras...a verdade é que as aceitei...pelo desafio.
Quem és tu para me impores regras,quem sou eu para ter querido desafiar-te no meu intimo para as quebrar?
É sabido que não me dou bem com regras... esqueci-me no entanto que estas tinham também a ver com o teu coração...padrões que trazias...vivências...
Respeitei...
Nunca te quis mudar...já aprendi um dia que ninguém muda ninguém.
Simplesmente porque ninguém é de ninguém...
Quis só desafiar-te...e no meu jogo,talvez dissimulado,no meu jeito selvagem e fácil de gostar quis provar-te.
Pergunto-me aqui mais uma noite,o que já sei a resposta...
O que faço contigo?
Respondo ao que não tenho coragem de fazer.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Reavaliar

Reavaliar é um processo difícil.
Questionar-mos o nosso eu,as nossas opções,as nossas escolhas...aquilo que ao longo da nossa vida fomos escolhendo para nós...ás vezes custa.
Doí....
É um processo que nem sempre escolhemos,mas que nos aparece pelo choque da nossa realidade,ou da realidade em geral...
Às vezes não queremos acreditar que em outra fase da vida vivemos confortavelmente com situações que hoje não mais toleraríamos.
Mas sabemos que tudo teve uma razão.Que é uma aprendizagem,e por isso nos vamos fortalecendo.
Reavaliar implica conhecer,questionar,fazer perguntas para encontrarmos as nossas respostas.
Há uma  batalha com o arrependimento.
E arrepender também dóí...arrepender de coisas que alteraram a nossa alma...
Aceitar o arrependimento,ou as más escolhas ás vezes dilacera-nos,chorar enquanto nos ajoelhamos sem forças...
Não foi nada nem ninguém que nos fez mal,apenas nós próprios...complicado de aceitar,mas á medida que as memórias se vão tornando passado,e descobrimos o que não queremos para nós.
Aceitamos o arrependimento.
E aceitar arrependimentos também doí,também nos dilacera.
Assumimos os erros.
Há então um momento que depois de reavaliar e aceitar,encontramos o nosso Eu.
E há um momento de alegria,de orgulho de crescimento em que decidimos que queremos ser felizes connosco,sendo que a felicidade  não é o "e foram felizes para sempre",mas sim pequenos pormenores,pequenas vitórias,carinhos,amizades,escolhas e acima de tudo o reconhecimento do que somos,do que queremos,do que não queremos.
E encontramos forças em nós para dizer vou mudar,vou ser feliz a fazer aquilo que gosto,não me vou submeter mais....
Porque não sou assim,não é essa felicidade geral e normal,ás vezes fútil dos outros que quero.
Quero a minha!Aquela que aprendi e que aceitei.
Aquela que me faz ser grata...Que traz o trabalho ás minhas mãos,sem ser forçado,dorido ou revoltado.
Acreditando que as minhas mãos e criatividade trazem á minha vida prosperidade.
Trabalhando a ser feliz...porque isso faz parte da verdadeira felicidade,da nossa paz  interior
Então levo o choque de realidade outra vez,aquela em que o dinheiro é dono da minha liberdade,fazendo de mim escrava de um Eu que não quero ser.
Escravizo-me novamente....batalho sozinha....mas custa-me a aceitar,ou isto não aceito.
E sem mais lágrimas para chorar.
Reavaliei ,encontrei...e sem ferramentas,ajoelho-me outra vez.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Utopia ou...quase...quase

E se....
Fosse possivel e pegar em mim,abandonar tudo,não abandonar os laços,mas sim o meu trabalho.
Não quero,voltar para lá....faz-me infeliz!
Não sei lidar com aquelas pessoas,não tenho paciência para elas....Quero amar o que faço,acima de tudo ,ser respeitada pelo menos.
Não quero voltar...
E se fosse possivel apanhar um comboio e descer em Paris,com o meu bloco de desenho.
Paris,Grécia,Itália...as cidades dos amores,das histórias,dos Deuses ,dos senhores das Artes....
Telefonava-te de lá, amiga do coração...sentiria mesmo ao longe o que sinto hoje,embora as distâncias fossem maiores...mas a nossa amizade nem sequer ficaria abalada.
Sentiria a tua compreensão.
Diria depois, familia...ligaria sempre,mas diria e ouviria de longe as reprovações,os julgamentos...ouviria.
Explicaria a todos os que me são queridos,que é agora neste momento.que posso e sinto uma vontade de sair livre,sem trabalhar,só desenhar...desenhar o mundo,aprender com a minha observação.
Sem trabalhar,como se fosse uma mulher mimada...
Sei que é uma utopia,é mais um sonho que não consigo viver.
Viver sem ordens,sem imposições e aprender com quem encontraria no mundo.Que não me quereria mal,apenas conhecer-me.
Que as minhas casas fossem pensões,pitorescas com donos encantadores,que tratariam de mim,com pequenos almoços e hábitos estranhos,que nos meus contactos vos fariam rir.
Quem sabe se não me cruzaria com aquele olhar...
E por falar em olhares...
Serias tu ,blue eyes,a quem eu avisaria antes de partir...porque para ti seria a despedida,sabendo que me apoiarias na minha decisão,e posso até imaginar a admiração no teu olhar pela coragem de partir sozinha.
Admiração pela minha pessoa.Não espanto...Admiração pela coragem,que sabes que tenho.
Gostava de saber como sabes...mas sei que sabes, que o meu olhar se cruza com o teu,e valorizas pelo menos ... a coragem,mesmo ainda não sabendo da minha história.
Saberias antes dos outros,apenas porque para ti seria o adeus...
Mesmo sabendo eu,que bastava uma palavra tua...para que eu mudasse toda esta utopia.
Não desvalorizando ninguém na minha vida.
Estando grata por ter todos os que amo,por todos os que me amam.
Bastava uma palavra tua,para eu não fugir...da dor,do desespero que teimam em morar em mim.
Só uma palavra...e eu ficava,só para ser amada e te amar.
Não desvalorizando amores passados...Mas a aprendizagem,diz-me...o coração sente.
Deixava de lado a utopia...Para também tu seres amado.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Almofada

A solidão é  uma almofada em que  deito  a cabeça
noite após noite;
onde oro ao meu anjo da guarda....Que no raiar do dia seguinte ela desapareça.
É  um espirito sem luz;que me espicaça carregado da minha vida...
Atravessando a minha cabeça
relembrando...rebuscando...sussurrando:
Aqui na noite escura nada  seduz...
Espero só... que  a lua adormeça.

E suspiro resignada...
Estar sozinha comigo mesma;não é o mesmo que  viver em solidão!
E em mim sinto a criança interior que cala e  conforta, se mantém ao meu lado
E me envolve num abraço apertado
Assim permanece me amando...
Quieta como eu...Embalando o coração,
beijando-me a testa...

O destino também aqui deitado...eleva a voz:
Não é isto que resta!
Fala-me das alegrias inesperadas...
Acalma-me com palavras doces,não me deixa chorar...
Guiará as minhas caminhadas...
Promessas não faz... que a magia do sonhos não seja mudada;
Que corra a fé no sangue onde sempre houve paixão...
E mais uma noite ...assim ficamos...
Descansando na solidão da minha almofada

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sem emoção estou noutra dimensão

Penso,que depois de tantas experiências assustadoras,algumas violentas... sempre intensas...que agora,que o pesadelo deixou de viver ao meu lado...que desde o tempo em que ainda era menina que sempre viveu comigo,ainda era menina...e permiti que me roubassem prazeres,emoções,oportunidades.
Permiti!
Não sinto culpa,nem arrependimento...nem ódio,nem nada...
Apenas de repente,fiquei numa dimensão vazia,numa realidade desconhecida,sempre há espera de um simples "Amo-te"...de um anda cá,que está tudo bem....De facto tudo bem...apenas por me sentir amada.
Sinto apenas falta de emoção, que estou num mundo que não conheço,que não sei lidar,que não me agarra.Que não é intenso...
As emoções pesadas já foram,não as quero mais,só aceitarei aquelas que a vida coloca a todas as pessoas de forma natural,porque é a vida.
Quero as outras emoções...
Mereço sentir a mão na mão,ter o coração aos saltos pela razão certa e sorrir,beijar,amar.
Tudo ganhar porque tenho o Amor.Porque me amam e eu correspondo.
Me aceitam,e eu também.
Sei que estou aqui para amar...já amei tanto,já tive tanta força, só por amar.
Sei qual é a côr da minha alma quando amo,sei que ela se movimenta,se transforma,que transforma.
Quando conhecemos energias fortes,quando batalhamos com almas fortes,quando conhecemos mestres que nos mostram um mundo mais soturno,quando a nossa alma luta contra a morte a pairar sobre o outro e, vence,porque o Amor está presente na Alma deste meu ser...quando tudo isto acontece...Quando a minha Alma está aqui ,pronta para se fundir novamente,desta vez com a consciência que não me posso deixar morrer em função do outro,que sou mulher,que sei o que quero,que não serei submissa á vontade de um homem...que respeito e confiança é sinal e liberdade.
Porque me entende.Me sente sem me querer mudar....
Preparada para chorar de alegria,não mais por sentir que me escravizei...e como isso mudou o meu ser,ou me fez perder em mim traços de personalidade,impossiveis de recuperar tantos anos depois,sem me julgar mais...por não entender como é que fui amar tanto por um lado e me deixei de amar por outro.Aprendi no entanto que quero o outro tipo de amor,uma vez que já me sei amar.
Então por isso,por toda esta aprendizagem... estou aqui... preparada para amar serenamente,sem batalhas...
Enquanto isso não acontecer vivo aqui nesta dimensão.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sinto

Sinto que as minhas lágrimas,são agora, rios de sonhos,que eu limpo com a palma das mãos.
Sem os conseguir agarrar...
Que os meu pensamentos são coisas sem sentido,onde a única palavra lógica é "fugir".
Mas fugir para onde,quando na realidade queria fugir para alguém.